Dando continuidade à nossa série de reportagens em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o foco de hoje é a atuação da mulher farmacêutica no setor industrial. Para compartilhar os desafios enfrentados, conversamos com a nossa diretoria secretária, Flavia Scigliano Dabbur, que tem ampla experiência na área.
Uma pesquisa realizada pelo movimento LeaderShe, em parceria com o Sindusfarma, revela que apenas 35% dos altos cargos nas empresas farmacêuticas são ocupados por mulheres. Um dos fatores que pode contribuir para esse número está relacionado à formação do profissional farmacêutico, que nem sempre está voltada para a indústria.
Flávia compartilha que, no setor industrial, o trabalho multidisciplinar é essencial, especialmente em colaboração com a área de engenharia. “Eu precisei aprender sobre sistemas de ar condicionado, fluxo, vazão, iluminação e parte elétrica, pois esses processos influenciam diretamente na produção”, relata.
Para ela, o maior desafio enfrentado pelos farmacêuticos na indústria é compreender o funcionamento da fábrica como um todo. “Como farmacêutico, somos cobrados para auxiliar na produção e, ao mesmo tempo, para identificar problemas que podem ser de natureza química, microbiológica e até estrutural”, explica Flávia. Ela ressalta ainda que a para uma formação específica para a indústria é necessário fazer cursos diversos dentro da área a ser seguida e se dedicar a assuntos multidisciplinares.
A dica de Flávia para os farmacêuticos que desejam ingressar na indústria é a de se envolver ativamente com outros profissionais da área. “Os testes microbiológicos e físico-químicos podem ser de nossa responsabilidade, e a interação com as diversas equipes é fundamental para o sucesso do trabalho.”
Essa é a visão de uma mulher que, além de contribuir para o desenvolvimento do setor, desafia as barreiras existentes para mulheres na indústria farmacêutica.
Fonte: Ascom CRF/AL