Os erros com diagnósticos e tratamentos são as principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo. De acordo com um levantamento realizado pela Organização Mundial de Saúde cerca de 10% dos pacientes internados sofrem algum tipo de evento adverso, sendo que, destes, 50% são evitáveis.
No mês do Uso Racional de Medicamentos o CRF/AL conversou com a farmacêutica Drª Jessyka Galvão para explicar os principais erros da medicação. Dados estimados pela OMS apontam que um em cada dez pacientes possa ser vítima de erros ou eventos adversos durante a assistência à sua saúde.
Drª Jessyka explica que a reação adversa pode ser inevitável, enquanto o erro de medicação corresponde a qualquer evento evitável que pode levar ao uso inadequado de medicamento. “Isso pode acontecer independente se o medicamento se encontra sob o controle de profissionais de saúde ou do próprio paciente. Os problemas relacionados a este uso, tem trazido prejuízos consideráveis, sendo considerado um problema de saúde pública mundial”, afirmou.
De acordo com a farmacêutica os erros acontecem desde a prescrição até a monitorização. Nos erros de prescrição, por exemplo, o que pode acontecer é que o medicamento tem interações entre os medicamentos prescritos ou com algum outro que o paciente já faz o uso, a dose ou a via de administração prescrita é incorreta ou ainda prescrições com letras ilegíveis ou incompletas.
Outro erro bastante observado está relacionado com a dispensação, que pode acontecer por conta do nome ou pronúncia similar ao medicamento prescrito, ou ainda por conta do medicamento dispensado com a concentração ou a forma farmacêutica diferente da prescrita. “Todos esses fatores aumentam o risco de lesão no paciente ou reduzem a chance do tratamento ser efetivo. Alguns podem não ter consequências mais sérias, outros podem gerar graves complicações”, pontua.
O armazenamento inadequado dos medicamentos também contribui com os erros. Segundo a farmacêutica, uma forma bastante usual de armazenamento inadequado por parte dos pacientes é manter o armário de medicamentos no banheiro, onde estes estão sujeitos ao calor e à umidade. “Todos esses fatores podem comprometer a estabilidade e reduzir a potência do medicamento antes da data de validade estabelecida pelo fabricante”, alertou.
Para que erros como estes sejam evitados, a orientação é educar os profissionais da saúde sobre as causas comuns dos erros de medicação, estimular a revisão das prescrições pelos farmacêuticos e incentivar a prática da conciliação medicamentosa, usar sistemas informatizados para prescrição, orientar os pacientes quanto ao uso e armazenamento correto dos medicamentos e outros.
“É de fundamental importância que o paciente conheça o medicamento que irá tomar, evitando que haja confusão do uso ou da dose que irá ser administrada. É importante também que o paciente saiba o motivo do uso daquele medicamento, para que ele faça a adesão ao tratamento e nós, farmacêuticos desempenhamos um papel fundamental na orientação medicamentosa para o paciente”, garantiu.
Fonte: Ascom CRF/AL