Capacitar os farmacêuticos para administrar melhor seus próprios negócios, esse é um dos objetivos do curso de excelência farmacêutica que acontece nos dias 25 e 26 de maio no Conselho Regional de Farmácia de Alagoas. Neste primeiro módulo, os alunos aprenderam um pouco mais sobre gestão farmacêutica indo desde a questão financeira até ao pagamento de impostos.
Rodrigo Magalhães, facilitador do curso, explicou que existe uma deficiência dos farmacêuticos em separar o que é a parte dele (pessoa física) e a parte da empresa (pessoa jurídica), bem como conseguir lucro com a farmácia. De acordo com ele, isso se dá porque o profissional de farmácia não sabe o que é margem de lucro e taxa de marcação, levando muitas vezes a prejuízos no negócio.
“Percebemos que a falta de conhecimento administrativo tem levado os donos de farmácia a pagar imposto errado e com isso, o lucro do estabelecimento vai caindo. Aqui no curso nós mostramos de forma clara como o proprietário de farmácia deve resolver essa questão”, comentou.
Após um dia inteiro de aula teórica, na sexta-feira, 26, os alunos puderam vivenciar na prática a solução dos problemas. Além disso, ele aprendeu a se remunerar de forma adequada com o trabalho que desenvolve. “O ganho do farmacêutico hoje não são os serviços que ele presta, até porque tradicionalmente nunca houve cobrança pela assistência farmacêutica. O lucro está no medicamento que ele vende e ele precisa deixar de pensar micro e passar a pensar macro”, afirmou.
De acordo com Rodrigo a intenção do curso é despertar o espírito empreendedor e mostrar ao farmacêutico, que ele é capaz de ter o próprio negócio e ser bem sucedido. “Até então ele estava de cabeça baixa, achando que isso não era possível, que era apenas para os grandes, as grandes redes e que ele estava excluído. Tenho certeza que após o curso ele vai enxergar que pode e tem condições de brigar no mercado”, garantiu.
Responsável Técnico
Outro ponto tratado neste primeiro módulo foi mostrar ao responsável técnico de cada farmácia que ele é o agente transformador daquele local quando o assunto é aumentar lucro e consequentemente aumentar a sua remuneração. “Isso é possível se ele contribuir para que o dono da farmácia faça uma gestão melhor, com uma melhor lucratividade e pague a ele por isso. Nós temos vários casos pelo Brasil aplicando essa prática com sucesso”, analisou.
A ideia é que o farmacêutico responsável técnico consiga conversar com o dono da farmácia sobre lucro e organizar os demonstrativos para trazer melhoria financeira da empresa e assim, ele negocia um percentual sobre a melhoria de vendas e lucratividade. “Quanto mais aumenta lucro, mais eu quero participação desse lucro e isso aumenta consideravelmente o salário desse farmacêutico. Ele tem que parar de pensar que é um coitadinho e pensar que ele é um executivo com uma gama de treinamento de técnico científico muito bom e que só falta um pouco de gestão para que ele melhore o seu salário”, argumentou.
A farmacêutica, Claudieje Barbosa, que recentemente abriu o próprio negócio fez questão de participar da capacitação. Ela elogiou a iniciativa do Conselho de Farmácia em promover esse curso voltado para área de gestão. “Para mim como proprietária saio daqui com a vontade de querer aumentar ainda mais o negócio em termos de lucro, mas sem esquecer o lado farmacêutico que é a minha área de formação”, falou.
Desde que se formou a farmacêutica sempre teve o desejo de montar o próprio negócio para oferecer a população um serviço de qualidade voltado para a assistência farmacêutica. “Eu tenho conciliado as duas questões, administrativa com a assistência farmacêutica e após o curso a vontade é de aumentar o lucro do meu negócio”, revelou.
Fonte: Ascom CRF/AL