O crescente número de pessoas consumindo produtos a base de Aloe vera, por via oral, para o emagrecimento rápido tem preocupado profissionais da área da saúde. O Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL) entrevistou o farmacêutico e professor Dr. em Ciências da Saúde, Max Viana, que desmistificou o assunto.
A babosa (Aloe succotrina e Aloe vera) é muito conhecida por seus benefícios cicatrizantes e anti-inflamatórios, além de hidratar cabelos e pele. Mas desde 2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não libera a comercialização de sucos ou outros alimentos industrializados contendo Aloe vera, acendendo o sinal de alerta para a venda irregular deste produto.
De acordo com o parecer técnico da agência, a planta não apresenta evidências científicas que comprovem a segurança da ingestão de babosa e há relatos de reações adversas, inclusive em Alagoas. O uso tópico, em cosméticos e aplicações externas, é liberado.
Para Max Viana está claro que produtos que contenham Aloe vera fazem um grande mal a saúde. “As pessoas que usam esse produto têm tido uma média de perda de quatro a seis quilos/mês, mas não ponderam ou associam os danos no fígado, ligado ao alto índice de toxicidade hepática do produto, uma vez que os sintomas não são imediatos, aparecendo após 30 ou 60 dias ao início do consumo. Casos de hepatite medicamentosa já foram identificados e ligados à composição da babosa”, disse.
Max alerta a população sobre as plantas, por mais que sejam boas para a saúde, elas apresentam um grau de toxicidade onde existe uma faixa de segurança para a utilização.
O professor reitera que a população deve ter o máximo de cuidado com estes tipos de produtos que prometem efeitos rápidos e ressalta a importância do acompanhamento profissional. “Farmacêuticos, médicos e nutricionistas são profissionais que podem realizar procedimentos direcionados ao emagrecimento da forma correta e adequada, respeitando as condições particulares de cada paciente, realizando o acompanhamento medicamentoso adequado, evitando efeitos colaterais e indesejáveis”, explicou.
“A orientação profissional é de suma importância para a realização de um tratamento eficaz e seguro. O paciente que procura realizar a reeducação alimentar e ter uma rotina adequada e constante de exercícios físicos e de sono tem tudo para ser uma pessoa satisfeita com sua mente e seu corpo”, pontuou.
Como tratar?
Max aconselha que quem tenha feito uso desse medicamento deve procurar um hepatologista, que irá realizar o acompanhamento dos exames e medicamentoso adequada a fim de restaurar a função hepática do paciente.
Ascom CRF/AL