Os médicos estrangeiros contratados pelo governo federal chegam na tarde desta sexta-feira (23) no país. O primeiro grupo será recebido no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na grande São Paulo, às 14h pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
Em Brasília, os primeiros profissionais serão recebidos pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitscheck às 14h30.
Os profissionais estrangeiros chegam ao país após o anúncio do acordo do Ministério da Saúde com intermédio da Opas, braço da Organização Mundial da Saúde para as Américas, para a vinda de 4.000 médicos de Cuba. Eles irão preencher as vagas que não foram selecionadas por brasileiros ou estrangeiros até o momento no programa Mais Médicos e não poderão escolher o municípío de atuação.
Na primeira etapa, participarão 400 médicos cubanos, que serão destinados a municípios do Norte e Nordeste. Eles vão passar por acolhimento e avaliação em universidades de oito capitais a partir da próxima segunda-feira (26) – o ministério irá aproveitar a estrutura que já foi formada para os inscritos no Mais Médicos.
Cerca de 85% dos 4.000 profissionais têm mais de 16 anos de experiência e todos eles têm residência médica, segundo o ministro Alexandre Padilha. Assim como os médicos inscritos no programa, eles poderão ser reprovados. “Só irão para os municípios os médicos que tenham condições de atender bem a população e de se comunicar [em português]”, disse o ministro.
Na segunda etapa do acordo, prevista para 4 de outubro, mais 2.000 profissionais de Cuba virão ao país. Os demais devem vir até o fim do ano, porém nenhuma data foi divulgada.
O ministério irá pagar bolsa de R$ 10 mil mensais – o mesmo que o previsto no Mais Médicos – por cada profissional de Cuba. Mas o montante será repassado à Opas, que fará o encaminhamento ao governo cubano. Moradia e alimentação ficarão a cargo dos municípios.
No início do ano, Cuba ofereceu 6.000 profissionais ao Brasil, oferta que gerou polêmica e, em pouco tempo, foi suspensa pelo governo.
Na ocasião, críticos da medida lembraram que no acordo que Cuba realiza com outros países, como a Venezuela, para envio de médicos, a maior parte do dinheiro fica com o governo, e não com os profissionais. Questionado sobre isso, o ministro foi evasivo: “A preocupação do ministério é se [o profissional] tem qualidade, experiência e condições individuais de atender a população”.
Padilha adiantou que já iniciou negociações com Espanha e Portugal para firmar acordos semelhantes ao fechado com o governo de Cuba.
Fonte: Uol Saúde