Numa operação realizada pela Polícia Civil de Alagoas, nos municípios de Maceió, Arapiraca e Igaci nos meses de março e abril uma grande quantidade de álcool gel falsificado que estava sendo comercializado foi apreendido e retirado de circulação. Amostras do material foram encaminhadas para a Perícia Oficial de Alagoas para que a análise fosse feita e os responsáveis são os farmacêuticos e peritos criminais Thalmanny Fernandes Goulart e Ken Ichi Namba.
Segundo Thalmanny Fernandes Goulart, chefe do Laboratório de Química do Instituto de Criminalística de Alagoas, estas amostras são analisadas para que a polícia civil tenha provas técnicas de possível adulteração, e ou falsificação no processo de produção clandestina ou oficial de álcool em gel a fim de que sejam incluídas no inquérito policial.
Nas análises das amostras os peritos encontraram vários hidrocarbonetos comumente encontrados no etanol (álcool de posto), dentre eles as substâncias químicas xileno, tolueno e benzeno. Uma alerta feito pelo farmacêutico perito é que muitos vídeos tem circulado ensinando a produção deste tipo de produto de forma caseira.
“O que acontece é que os resíduos que ficam nos tanques internos acabam se misturando com o álcool por isso ele é totalmente contra indicado. Estas substâncias em contato com a pele pode provocar desde ressecamento exagerado, irritabilidade da pele e mucosa, dermatite de contato, até o risco de morte por depressão do Sistema Nervoso Central (SNC).”, pontuou.
O farmacêutico perito revela ainda que o contato com o Benzeno pode causar Anemia Aplástica, que repercute diretamente com a diminuição da defesa imunológica do corpo humano.
Apreensões
De acordo com os peritos criminais, alguns desses produtos estavam sendo vendidos em estabelecimentos regulares, a exemplo de farmácias e outros foram apreendidos nas instalações industriais onde esses produtos estavam sendo fabricados. Durante o exame em laboratório foram encontradas várias irregularidades, desde a embalagem, até a composição química do produto.
“No produto que analisei, o rótulo indicava uma empresa fictícia, sem CNPJ e sem registro na ANVISA. O exame realizado no laboratório apontou teores alcoólicos abaixo da concentração de 70%. Isso também é muito grave, pois para ter eficácia como desinfetante, o álcool gel deve ter a concentração de 70%,” explicou pelo perito criminal Ken Ichi.
Os peritos alertam que ao escolher o álcool em gel a 70% ou o álcool etílico (líquido) 70% é necessário ler o rótulo para se certificar se é 70%, e verificar a procedência. Caso desconfie que seja falsificado, a orientação é não comprar, e denunciar o estabelecimento para que o material seja apreendido e analisado.
Fonte: Ascom CRF/AL com informações da Perícia Oficial