Nesta semana, por ocasião do Dia Internacional da Tireoide, comemorado em 25 de maio, especialistas da área de saúde alertam a população sobre os cuidados necessários com a tireoide. A tireoide é uma glândula localizada no pescoço que produz os hormônios T3 e T4, que são responsáveis pelo metabolismo do nosso corpo. Alterações nela, como a produção maior (hipertireoidismo) ou menor (hipotireoidismo) de hormônio, podem afetar a nossa saúde. Entre as consequências mais graves disso estão os problemas cardiovasculares. Câncer na tireoide também pode causar esse tipo de distúrbio. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima o surgimento de 13.780 casos novos em 2020. A farmacêutica Dayani Galato, pesquisadora e professora do curso de Farmácia da Universidade de Brasília, destaca os sintomas que podem servir de alerta.
“Quando produzimos mais hormônios, o nosso organismo fica acelerado, então é comum que o paciente reclame de sinais e sintomas relacionados ao aumento desse metabolismo, quando se tem muitas vezes uma perda de peso acentuada. O paciente reclama de mais agitação do que o comum, mais ansiedade e quadros de insônia, sensação de calor, sudorese e taquircadia, ou seja, o coração bate muito rápido. Por outro lado, quando se tem uma diminuição do hormônio, com o metabolismo desacelerado, as pessoas podem reclamar de cansaço e sono excessivo, dores nas articulações, inchaço, sensação de frio e pele ressecada”.
Medicamentos utilizados para doenças cardiovasculares ou para emagrecimento podem ser responsáveis por essa condição alterada. A farmacêutica orienta como evitar. “Para evitar problemas na tireoide nós devemos ter uma alimentação adequada, praticar exercícios físicos, diminuir situações de estresse, mas é importante destacar que mesmo que situações comportamentais ou mesmo medicamentos podem causar problemas na tireoide. O que nós podemos fazer é ter o monitoramento dessa glândula e, através disso, conseguir identificar a doença numa fase inicial e, portanto, mais fácil de ser tratada e sem trazer consequências mais graves”.
O farmacêutico pode ajudar nesse processo em vários momentos, antes mesmo do diagnóstico dessa doença, no ambiente hospitalar, na farmácia comunitária ou nas unidades de saúde. “Queixas como essas que falei anteriormente pode ser um indicativo para encaminhar esse paciente ao médico, seja ao endocrinologista ou na atenção primária, se estivermos trabalhando uma unidade de saúde, ao clínico geral. Outra coisa importante é que sempre que houver histórico familiar de problemas na glândula da tireoide que esse paciente seja orientado durante o check-up a fazer a dosagem dos hormônios T4 livre, principalmente o TSH”.
Após o diagnóstico da doença o farmacêutico pode atuar no monitoramento da função da glândula por meio da dosagem desses hormônios. Ainda no incentivo à adesão ao tratamento na sobre a forma segura e eficaz de tomar os medicamentos. “No caso do hipotireoidismo geralmente será feita a reposição hormonal. Quem decide a dose do medicamento é o médico. E no caso da levotiroxina, que é o hormônio usado por pacientes com hipotireoidismo nós vamos orientar sempre a usar esse medicamento em jejum, de 20 a 30 minutos antes do café da manhã. Já no Hipertiroidismo, tem várias formas de tratamento. No tratamento com o medicamento metimazol inicialmente o médico prescreve com uma dose de ataque, ou seja, maior, e depois de manutenção. Pode ser dado de uma a três vezes por dia”.
Problemas na tireoide são mais comuns em mulheres acima dos 40 anos. Mas o hipotiroidimso também pode ser genético. Em tempos de pandemia do novo coronavírus a orientação é não interromper o tratamento no caso de infecção pela Covid-19.
Fonte: Comunicação CFF