É indiscutível os benefícios do aleitamento materno, sendo o principal alimento do recém-nascido nos primeiros seis meses de vida, ajudando no crescimento e desenvolvimento. Mas será que usar medicamentos enquanto amamenta faz bem? Em entrevista ao Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL), a professora Dra. da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e farmacologista, Eliane Campesatto, explica o assunto.
Pesquisas indicam que a quantidade de medicamento excretado no leite materno não passa dos dois por cento (2%). Mesmo sendo uma quantidade pequena, a orientação médica e farmacêutica é de suma importância antes da ingestão de qualquer fármaco para as mães que estejam no período de amamentação, evitando assim riscos à saúde do bebê.
De acordo com Eliane, alguns fármacos exigem uma atenção maior. “O farmacêutico deve orientar bem as mães sobre o uso de alguns medicamentos por causa de suas reações adversas graves, como por exemplo os anticancerígenos, os imunossupressores, as anfetaminas, a sibutramina, os hipnóticos e sedativos, os anabolizantes, as substâncias radioativas, os analgésicos opióides, entre outros”, disse.
A professora reforça que caso seja necessário usar um medicamento contra indicado na amamentação a interrupção temporária pode ser uma alternativa. “Cada caso deve ser analisado com muito cuidado, no entanto a mãe pode ir retirando o leite com algumas semanas de antecedência e estocar em congelador para alimentar o bebê no período de uso do medicamento”, explica.
Caso isso não seja possível, é fundamental que a mãe procure o ajuda do pediatra, que orientará sobre os alimentos que o bebê poderá receber. De maneira geral, a prescrição de medicamentos para mães em lactação baseia-se sempre no benefício maior que o risco.
Ascom CRF/AL